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17 de mar. de 2016

Resenha - Um corpo que cai (1958)

E aí, pessoal, tudo certo com vocês? Hoje eu trouxe mais uma resenha cinematográfica, e dessa vez é um dos clássicos do Mestre do Suspense, Alfred Hitchcock.
Antes de começar, eu gostaria de me desculpar pelo meu sumiço. Estive pensando muito sobre continuar ou não com o blog. É normal que em um momento de nossas vidas pensemos em desistir de alguma coisa, e comigo não foi diferente. Mas, depois de muito ponderar, decidi que esse blog deve, sim, continuar. E se vocês pensam que durante esses dois meses fora eu não assisti e nem li, estão muito enganados. Pra ser sincera, li muito pouco, e tenho até vergonha de dizer (a última vez que eu peguei em um livro foi em fevereiro).  Mas de filmes eu vi vários, uma média de dois clássicos do cinema por dia, o que eu digo orgulhosamente. <3

Agora chega de delongas e vamos à resenha.

Google Imagens

Um corpo que cai, título em português do filme Vertigo, dirigido por Alfred Hitchcock (Psicose - 1960, Janela Indiscreta - 1954, Festim Diabólico - 1948), e lançado no dia 21 de Julho de 1958 no Brasil, é um filme que não pode ficar fora da lista de quem aprecia um bom filme. Aqui, temos os atores James Stewart ( A mulher faz o homem - 1939 e também Janela Indiscreta, uma parceria com Hitchcock que se tornou fenômeno no cinema, diga-se de passagem) e Kim Novak (Férias de Amor - 1955) nos papéis principais.

Antes de mais nada, devo dizer que esse título brasileiro estraga o filme. Muito. Vertigo, que é o título original, traduzido para o português fica algo como vertigem, como o próprio nome sugere. E essa vertigem de que o filme fala fica bem clara logo nas cenas de abertura, mas também faz uma referência à loucura propriamente dita, algo que marca a personagem interpretada por Kim Novak.

John "Scottie" Ferguson (James Stewart) é um ex-detetive que foi expulso da corporação onde trabalhava ao ser diagnosticado com acrofobia (medo de altura) depois de um acidente que resultou na morte de um colega de trabalho. Até que um dia, um antigo colega de faculdade, Gavin Elster (Tom Helmore), oferece-lhe o trabalho de investigar a vida da esposa, Madeleine Elster (Kim Novak), quem ele acredita estar possuída por um espírito. 

Scottie relutantemente aceita, e logo passa a seguir Madeleine, que vai à lugares estranhos como a sepultura de uma mulher chamada Carlotta Valdes, a baía de San Francisco, e até um museu, onde ela fica sentada por várias horas observando o retrato de Carlotta Valdes. O problema é que Madeleine nunca se lembra de ter ido à esses lugares, e a cada dia que passa, mais introspectiva e distante ela vai ficando, até que tente o suicídio. Felizmente Scottie a salva e a leva para a própria casa, ponto em que ele já está perdidamente apaixonado. Mas essa paixão está fadada ao fracasso, posto que Madeleine está cada vez mais imersa na escuridão da sua mente. Não demora muito para que a paixão  de John se torne uma obsessão. Nesse momento, ele já não suportaria a ideia de um mundo onde não existisse Madeleine. Até que algo terrível acontece e põe à prova a sanidade de John.

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A jogada mais incrível de mestre, e que mais tarde seria amplamente usada no cinema, é a técnica de transmitir visualmente a sensação de vertigem. O efeito criado por Hitchcock é tão original que um de seus nomes é Hitchcock Effect (ou efeito Hitchcock). No filme, a primeira vez que vemos o "efeito vertigo" é na cena do telhado, quando o detetive Scottie olha para baixo. E eu confesso que até eu que não tenho acrofobia e nem vertigem, fiquei absolutamente atordoada.  Uma curiosidade é que esse mesmo efeito foi utilizado por Steven Spielberg em Tubarão.

Filmado em VistaVision, Um corpo que cai é para ser visto em telonas. Aproveitando-se disso, Hitch filmou sequências maravilhosas nos principais pontos de San Francisco, local onde se passa a história. Na cena em que Madeleine tenta suicídio, vimos a Baía de San Francisco e a ponte Golden Gate logo ao fundo.  Não poderia deixar de falar da fotografia de Robert ‘Bob’ Burks, que é realmente grandiosa, com as cores sempre denotando momentos de grande carga dramática, os filtros de névoa para simbolizar o sonho, e as cores apagadas sugerindo tristeza e vazio.

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Na época de lançamento, Um corpo que cai não foi bem de público nem de crítica, tendo em vista o fato de que possivelmente o tema não tenha sido compreendido pela época. Mas, finalmente, hoje o filme é considerado um dos melhores filmes de Hitchcock e um clássico inquestionável. 

Confira o trailer do filme (em inglês):


Minha nota (em uma escala de 1 até 5 estrelas)






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