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16 de out. de 2015

Resenha - Scarface (1983)

  
Oláaa, leitores. Hoje venho trazer à vocês a primeira resenha cinematográfica desse blog. O filme escolhido, como vocês já devem ter lido no título dessa postagem, é o Scarface. E que grande filme!

Para ser sincera, há um tempinho venho cogitando a ideia de trabalhar apenas com resenhas literárias, mas hoje, depois de ter assistido à esse incrível clássico do cinema Hollywoodiano, senti uma vontade imensa de dedicar esse espaço à sétima arte. 





SinopseUm criminoso cubano exilado (Al Pacino) vai para Miami e em pouco tempo está trabalhando para um chefão das drogas. Sua ascensão na quadrilha é meteórica, mas quando ele começa a sentir interesse na amante do chefe (Michelle Pfeiffer) este manda matá-lo. No entanto ele escapa do atentado, mata o mandante do crime, fica com a amante dele - mas simultaneamente sente desejos incestuosos por sua irmã (Mary Elizabeth Mastrantonio) - e assume o controle da quadrilha. Em pouco tempo ele ganha mais dinheiro do que jamais sonhou. No entanto ele está na mira dos agentes federais, que o pegam quando ele está "trocando" dinheiro. Mas seu problema pode ser resolvido se ele fizer um "serviço" em Nova York para um grande traficante e pessoas influentes, que podem manipular o poder para ajudá-lo. Porém, a missão toma um rumo inesperado quando, para concretizá-la, ele precisa matar crianças.



Fidel Castro abre o Porto de Mariel para que cidadãos cubanos possam visitar parentes nos Estados Unidos. Junto deles, vai também a escória das prisões. O filme começa nos dando esses dados: dos 125 mil refugiados que chegaram à Flórida, estima-se que 25 mil tinham antecedentes criminais. E dentro desse índice estava o nosso protagonista Tony Montana. Quando enviado para a Cidade da Liberdade, recebe um trabalho sujo: exterminar Emílio Rebenga em vingança da morte do irmão de um homem rico de Miami. Esse homem rico: Sr. Lopez, mais conhecido por Frank e também chefão do submundo do tráfico de drogas.

Depois de executado o trabalho sujo, Tony e seu braço direito e melhor amigo, Manny Rivera, conseguem arrumar um emprego como lavadores de prato em uma lanchonete. Mas Tony é ambicioso, e no momento que Omar lhes oferece um serviço que envolve comprar drogas, ele não hesita. Com isso, começamos a vislumbrar a ascensão de Tony e Manny no submundo do crime organizado. 

Quando Tony começa a se interessar pela namorada de seu chefe, a lindíssima Elvira, Frank não demora para enviar dois de seus capangas para exterminá-lo. Depois de ficar sabendo do fracassado plano do chefe, Tony se revolta e manda executá-lo. 

Tony e Manny abrem um império e chefiam, agora, um negócio super rentável e muito perigoso. Tony tem tudo o que sempre quis: muito dinheiro, uma esposa lindíssima e um palácio para chamar de casa. Mas, mesmo assim, notamos em seu semblante uma tristeza arraigada, solitária e que vai crescendo a ponto de quase engoli-lo por inteiro. 




Dentre tantas cenas espetaculares, uma das minhas favoritas é o momento em que Tony começa a refletir, dizendo:  "É isto, então? Vale a pena? Me matei por isto?, e acrescenta : "Tem o ventre tão poluído [referindo-se à Elvira] que não pode me dar filhos". Ainda dentro desse luxuoso salão, repleto de gente do alto escalão, ele solta um ultimate:  "Vocês são todos uns idiotas! Sabem por quê? Não têm ganas de ser o que querem. Precisam de gente como eu para apontar o dedo, para dizer: 'O bandido é ele'. E vocês o que são? Bons? Não são bons. Sabem se esconder. E mentir. Eu não tenho esse problema. Sempre digo a verdade, mesmo quando minto.". 


O filme é um remake do longa Scarface, de 1932, e teve dedicatória aos seus roteiristas Ben Hecht e Howard Hawks. Foi uma reedição muito bem aclamada pela crítica, chegando até a render alguns óscares. 

No fim das contas, o mundo era realmente dele. Só lhe faltava amor, felicidade, família e paz, bens invendáveis..
O filme nos abre uma esfera de reflexões, nos fazendo questionar sobre vários aspectos da nossa vida: até que ponto nos sujeitaríamos para conseguir o poder que queremos, o respeito, o reconhecimento, a visibilidade? Também nos leva a indagar sobre o sistema que sustenta o luxo, a criminalidade, a política. Os nossos princípios, valores, onde ficam? Até onde eles suportam? Quem é mais ladrão: o político que comanda um gigantesco sistema de lavagem de dinheiro ou um traficante internacional de drogas que age na cara dura? Afora isso, o filme nos dá um banho daquilo que já estamos cansados de saber: o poder do dinheiro - o suborno. Tony vivia uma vida de fachada num castelo de cartas, tão frágil e tão superficial, sem profundidade, que não deixava margem para o fortalecimento de seus laços, tanto com a esposa, o amigo ou a irmã, quanto para a sua própria felicidade. Na medida que os diálogos foram surgindo, eu ficava cada vez mais vidrada e ansiosa pelo inevitável e previsível fim.
                                 

Filme maravilhoso, elenco incrível, trilha sonora excelente, tudo um show. Ah, antes que eu me esqueça, Al Pacino foi um gênio!! Nada mais a declarar.

Confiram o trailer legendado do filme:


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