Páginas

30 de dez. de 2015

Resenha - Uma Longa Jornada, Nicholas Sparks




Título: Uma Longa Jornada
Título Original: The Longest Ride
Autora:  Nicholas Sparks
Editora: Arqueiro
Páginas: 288
Ano: 2013
Edição: ECONÔMICA


Sinopse: Aos 91 anos, com problemas de saúde e sozinho no mundo, Ira Levinson sofre um terrível acidente de carro. Enquanto luta para se manter consciente, a imagem de Ruth, sua amada esposa que morreu há nove anos, surge diante dele.
Mesmo sabendo que é impossível que ela esteja ali, Ira se agarra a isso e relembra diversos momentos de sua longa vida em comum: o dia em que se conheceram, o casamento, o amor dela pela arte, os dias sombrios da Segunda Guerra Mundial e seus efeitos sobre eles e suas famílias. 

Perto dali, Sophia Danko, uma jovem estudante de história da arte, acompanha a melhor amiga a um rodeio. Lá, é assediada pelo ex-namorado e acaba sendo salva por Luke Collins, o caubói que acabou de vencer a competição.

Ele e Sophia começam a conversar e logo percebem como é fácil estarem juntos. Luke é completamente diferente dos rapazes privilegiados da faculdade. 

Ele não mede esforços para ajudar a mãe e salvar a fazenda da família. Aos poucos, Sophia começa a descobrir um novo mundo e percebe que Luke talvez tenha o poder de reescrever o futuro que ela havia planejado. Isso se o terrível segredo que ele guarda não puser tudo a perder.





Uma Longa Jornada conta duas histórias de amor intercaladamente: a do senhor Ira, que tem 91 anos, e a do casal Luke e Sophia. Começa com Ira sofrendo um acidente de carro durante uma nevasca na Carolina da Norte e tendo alucinações com a amada esposa Ruth, que morrera há nove anos. Toda a parte de Ira é contada em primeira pessoa, uma jogada de mestre do Nicholas para garantir a verossimilhança da obra, tendo em vista que as miragens que o personagem estava tendo com a esposa faziam parte exclusivamente da mente dele.

Em seguida, conhecemos Sophia, uma garota de 22 anos estudante de história da arte na Wake Forest prestes a se formar. Marcia, a colega de quarto e melhor amiga de Sophia, a convence em ir à um rodeio em uma cidade vizinha. Chegando lá, o ex de Sophia, Brian, um rapaz alto e repugnante, a assedia, quando então é salva pelo peão de touros Luke Collins, um homem charmoso, carinhoso e inteligente. A partir daí, eles começam a construir um romance.

As partes de Sophia e Luke são contadas sob o olhar de um narrador observador, ou seja, em terceira pessoa. No livro, há momentos que me deixaram bastante chorosa, como quando Ira começa a falar da Segunda Guerra, quando se alistou para as forças aéreas dos Estados Unidos, ou quando ele fala sobre Daniel McCallum, um ex-aluno de Ruth. 

Há ainda uma conexão entre essas duas histórias, como que fosse o destino. Mas como eu não acredito em destino, vou ficar com o acaso mesmo. É até interessante eu dizer que já sabia como essa conexão iria ser feita, e imagino que algumas pessoas que já leram também sabiam.  Quando o livro começa, já está na parte de Ira, que é o presente. Logo acima do nome, está a data: início de fevereiro, 2011. Já quando entra o capítulo de Sophia, que vem logo em seguida, consta uma data quatro meses antes. 

Muitas pessoas disseram se tratar de um cliché. É um cliché o garoto da fazenda ter um romance com a universitária de Nova Jersey. As duas histórias de amor - uma recordando, e outra em construção - parecem passar longe do que vivemos na realidade. Mas são livros. Ficção. Por que as pessoas não entendem isso? E nem por isso o romance desses personagens não poderia ser real. Eu aposto que existem vários Iras e Ruths, Lukes e Sophias. Pessoas que enfrentam as dificuldades que qualquer relacionamento pode resultar, mas que mesmo assim tentam fazer as coisas darem certo. Quando eu li, confesso que me peguei imaginando ter um relacionamento duradouro e feliz como o de Ira e Ruth. 

"[...] nós partilhamos a mais longa jornada, essa coisa chamada vida. E a minha foi cheia de alegria por sua causa."

"Gostaria de ter talento para pintar o que sinto por você, porque minhas palavras sempre parecem inadequadas. Imagino usar vermelho para sua paixão e azul-claro para sua bondade; verde-floresta para refletir a profundidade de nossa empatia e amarelo vivo para nosso persistente otimismo. E ainda me pergunto: a paleta de um artista pode captar tudo que você significa para mim?" 

Eu amei esse livro. Admito ter ficado receosa no começo, mas depois a leitura foi se tornando cada vez mais fluida e, apesar de um pouco previsível, teve um final emocionante. Se eu tivesse que avaliar esse livro numa escala de 1 a 5? Nota 5.

O livro teve uma adaptação para o cinema esse ano. Infelizmente, diferente do livro, o longa foi muito mal aclamado pela crítica, que considerou a atuação dos atores extremamente robótica e limitada, com diálogos engraçados de tão debilóides, e o roteiro construído a partir do encontro entre Luke e Sophia com Ira.. ou seja,  o inverso do livro. Então, cuidado, não percam o tempo com o filme. Acho que só vou assistir pra rir um pouco porque estou precisando.






Nicholas Sparks é um escritor, roteirista e produtor estadunidense. Escreveu, entre outros livros, A Última Música, Noites de Tormenta e Diário de Uma Paixão. Foi indicado ao prêmio Goodreads Choice Awards de melhor romance com o livro da resenha acima e o Um porto Seguro.




              
                                   
                                   Minha avaliação (numa escala de 1 até 5 estrelas)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 Mapa Literário